No ano antes de me mudar para Barcelona para estudar Realização estava entusiasmado por perseguir a minha maior paixão. Foi ótimo saber que me estava a aproximar dos meus objetivos, saber que estava a fazer exatamente o que queria fazer. Dito isto, houve inúmeras noites em que enquanto escrevia, editava ou simplesmente existia, me encontrava a relembrar todos os grandes momentos que tive em casa. O mais estranho o é que alguns desses momentos acabam por se tornar ainda mais fortes como lembranças do que eram como realidade. Essa foi a ideia que me levou a escrever Carrete.

Marc está a seguir o seu sonho de se tornar fotógrafo e numa longa noite de trabalho começa a voltar ao seu passado. Mesmo que ele esteja a perseguir o que ele mais quer, há claramente dois lados da sua vida que deseja conciliar. À medida que comecei a partilhar o projeto, ficou mais claro para mim o quanto as pessoas se relacionavam com essa ideia, o quão universal ela era.

Até o momento mais simples e básico parece ser capaz de se tornar uma lembrança marcante, algo que supera o racional, algo que supera o real. Afinal de contas, o Cinema não é isso mesmo?